Depois de Ver... A Pobreza
- Marcello Souza
- 30 de jun. de 2016
- 2 min de leitura
Quando a economia vai mal até o rico descobre a pobreza.
“Estou vendo a crise à porta. Minha faxineira foi assaltada no bairro dela, o porteiro do meu prédio teve a casa invadida.”
O trecho acima, foi tirado de um bate papo real, com alguém de uma classe abastada. E este é o modo pelo qual a classe privilegiada ver a pobreza bater a sua porta.
O que não se percebe nos discursos que rondam a população, sobretudo dos que tem melhores condições financeiras, é que “do pau que dá em Francisco pela primeira vez, Chico já cansou de apanhar”.
Quando os mais ricos começam a ver a violência e a pobreza a sua volta, ela começa a ser noticiada como uma novidade, como um problema. Só assim passa a ser algo que merece uma atenção e exige-se a devida solução.
Essa invasão do seu mundo, é o choque de realidades. Enquanto a pobreza, a miséria, a violência, estão na margem da sociedade, não há nada de novo, nada preocupante. Por que a violência, a falta, são tratadas como naturais em certos ambientes.
O que deve ser questionado é se o bem-estar, ou melhor, o “excelente-estar” de alguns, vale o sacrifício de tantos. Vivemos em uma sociedade desigual. E assumir esta desigualdade é o primeiro passo para construção de um novo mundo.
“Construir uma sociedade livre, justa e solidária... Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. ”
O trecho acima, que parece ter sido tirado do meio do manifesto comunista, são apenas trechos do artigo 3 da constituição federal brasileira de 88. O que nos leva a pensar, o que nós como cidadãos fazemos para preservar esta premissa?
A construção desse processo é um dever de todos nós. É um trabalho diário, que deve ser realizado em pequenos e consistentes atos. A começar pelo básico, como prover dignidade e respeito ao outro. É respeitar e assumir nossa responsabilidade como seres culturais. E usar o passado como referências de que caminhos queremos ou não seguir.
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