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Depois de ser... Negro.

  • Foto do escritor: Marcello Souza
    Marcello Souza
  • 20 de nov. de 2017
  • 2 min de leitura

Vou chover no molhado. Mas há coisas que precisam ser ditas, caso contrário, continuarão normatizadas, comuns e não acharemos que incomoda. Como tem sido nas últimas dezenas de anos.


Não é fácil ser negro.


Ser negro é ver pessoas segurando a bolsa para passar por ti na rua.

É ver vidros se fechando ao simplesmente atravessar a faixa de pedestre.

É ter medo de por a mão no bolso, ao apenas olhar mais de perto um produto da prateleira. É ter compras “supervisionadas” nas lojas.


Ser negro é ouvir piadas por sua cor todo o tempo. É ouvir as “brincadeiras” de “culpar” sua cor por qualquer falha sua.

É ouvir disparates disfarçados de elogio: “que negro lindo você é”, “você é muito bonito para um negro”, “deve ter uma pica enorme, né!?”.


Ser negro é não se reconhecer na TV ou na mídia. É não ter as características de sua etnia associadas a beleza ou a sucesso. É se ver minoria nos espaços elitizados.


Ser negro é desconhecer seu passado, por que meu ancestrais tiveram que dar voltas na “árvore do esquecimento”. É ter minhas religiões demonizadas.


Ser negro é não ter produtos cor de pele, da cor da sua pele. É ter seu cabelo e a cor da sua pele associado as piores coisas. É ser comparado a animais.


Ser negro é pedir “para não ser morto pela polícia”, “para ter um salário equiparado a um branco na mesma função”, “para ser respeitado”, e ter que ouvir que tudo isso é vitimíssimo.


Ser negro no mundo, e sobretudo no Brasil, é passar por muito, é aguentar um mundo. É ser uma maioria, que é tratado por minoria por falta de poder econômico e social. É ser margem ou ser bolha dentro dos espaços de dominância social.


Ser negro, é ter uma alma forte. É ter medo e ainda assim resistir.


Escrevo hoje, essas poucas palavras tão batidas, neste dia tão clichê. Porque são palavras que apesar de conhecidas, ainda temos muito que mudar.

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