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Depois de Ver... Bolhas, Autoafirmação e Pertencimento.

A necessidade de autoafirmação e de pertencimento, é algo comum da natureza humana. Montar bolhas e grupos com os que compartilham certas semelhanças foi o que nos permitiu sobreviver, evoluir e nos separar dos demais animais. A segurança de ser cuidado e não rechaçado pelos que nos cercam, fez com que nosso ancestrais sobrevivessem em tempos remotos. Atualmente em muitos casos fazer parte de um grupo excede certas necessidades fisiológicas, tidas como primordiais anteriormente, para contragosto do teórico humanista Maslow e a sua teoria da pirâmide das necessidades.


O narcisismo chega a limites extremos, e usamos as redes sociais, os eletrônicos e seus “black mirrors” para enxergar no outro a nossa própria visão de mundo. E tudo que se distancia disso é repelido. E as bolhas sociais vão ganhando força e se retroalimentam de maneira perpétua.


Talvez, essa necessidade de pertencimento e afirmação para com o outro, seja o que leva muitos a acreditar e propagar certos conteúdos sem checar a veracidade ou sequer refletir sobre a sua lógica. Essa validação em forma de polegar erguido, ou coração ou aumento do número de seguidores, tão desejada por muitos, é uma nítida forma de quantificação desse pertencimento.


No afã de um comentário, o conteúdo e a mensagem passam a ser segundo plano. Na era da informação. Entre um like e outro, refletir se tornou desperdício de energia.


Que somos da geração do merthiolate que não arde, todos já sabem. Que somos a geração que não consegue ouvir “não”, também é uma verdade bem batida. Que somos da geração de rompimento com os padrões pré-estabelecidos, não chega nem a ser novidade ou exclusividade da nossa geração. Mas daí a tornar-se a geração que questiona a ciência, com argumentos não científicos, baseados puramente no senso comum, aí a queda é muito alta.


Aceitar certas contradições apenas para se afirmar como grupo, pode acabar nos tornando uma sociedade pior, uma sociedade incapaz de lidar com os próprios erros. Erros, aliás, que são a base do processo científico. Negar isso pode nos torna pessoas que propagam pautas absurdas, com mensagens que muitas vezes ferem o próximo, tudo isso em troca de uma massagem no próprio ego.

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