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Depois de Ver... Harry Potter e a Criança Amaldiçoada


Sinopse: "Sempre foi difícil ser Harry Potter e não é muito fácil agora, já que ele é um funcionário cheio de trabalho no Ministério da Magia, um marido e pai de três crianças na idade escolar. Enquanto Harry luta com um passado que se recusa a ficar onde pertence, seu filho mais novo, Alvo, precisa lidar com o peso de um legado de família que ele nunca quis. Enquanto passado e presente começam uma sinistra fusão, pai e filho aprendem uma verdade desconfortável, pois a escuridão vem de lugares inesperados."

Este é o “Oitavo” livro de Harry Potter, escrito pela escritora J. K. Rowling, agora em associação com John Tiffany e Jack Thorne. Ele visa demostrar os conflitos vividos pelo protagonista dos primeiros livros, 19 anos depois da conclusão da saga original.


Primeiro é importante ressaltar que o livro A Criança Amaldiçoada é um roteiro de uma peça. O que deve fazer toda a diferença na análise já que toda a escrita do mesmo é focada na mídia na qual será divulgado originalmente. Ainda assim, o livro acaba pecando pela indecisão entre desenvolver a história ou apenas mostrar personagens já conhecidos como fãs services. Os personagens são rasos e mal trabalhados. Apresentam conflitos de comportamento com a estrutura apresentada nos livros anteriores.


Há um esforço enorme em mostrar personagens antigos e ainda assim é feito de forma mal trabalhada, tomando espaço dos reais protagonistas do livro, que são Alvo Potter e Escorpio Malfoy, filhos de Harry e Draco, respectivamente. O Alvo, acaba sendo um péssimo protagonista, gerando em muitos momentos antipatia no leitor, o que causa dificuldade de se conectar emocionalmente com ele e de compreender as suas motivações.


Os personagens em geral apresentam motivações infundadas, diálogos infantis e toscos que nada refletem a profundidade a que estamos acostumados nos livros da série. E apesar do enredo se pautar no relacionamento entre eles, sobretudo nas relações pais/filhos, a trama só consegue fisgar o leitor do meio para o final, muito mais pelo tom nostálgico do que por um enredo envolvente. É evidente que há uma excelente ideia sendo trabalhada, mas que não consegue alcançar todo o seu potencial. Talvez o pecado recaia sobre a mídia escolhida, peça teatral. Eu quem sabe, esperasse aventuras mais leves para uma peça sobre Harry Potter, e não uma continuação direta de uma saga tão emotiva, complexa e muitas vezes obscura.


O enredo com início arrastado, só consegue achar ritmo do meio para o fim do livro, quando personagens são jogados e o plot toma realmente proporções maiores. O destaque fica a cargo do personagem Escorpio Malfoy, mesmo com alguns diálogos que acabam infantilizando a trama, talvez seja o personagem que tenha a maior consistência dentro da trama, apresentando uma curva de desenvolvimento aceitável para o nível de desafios que lhes são propostos.



O fato é que o livro traz recordações deliciosas e um ar de nostalgia que pode agradar a muitos fãs. Talvez se fosse romanceado e com a escrita da Rowling a qual já conhecemos, o livro conseguisse ocupar um lugar de mais destaque e uma continuação que faça jus ao resto da série. Mas fica a recomendação para os que tem saudades de viver aventuras nesse mundo espetacular cheio de magia e ver releituras de pequenas cenas da série original. Em resumo eu diria que Harry Potter e a Criança Amaldiçoada é um livro para fãs, que em muitos momentos parecem como um fanfic bem escrito.

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