Depois de Ver... Que 'Então é Natal'
Ah... O Natal. O início extraoficial do fim de mais um ano. O Natal, que é as boas-vindas ao novo ano que se iniciará. Momento mágico para alguns, com fartura nas contas, nas mesas e até nos corações. Ah... O Natal. Das reuniões familiares, as jantas festivas, do tempo de doações e caridade. Alguns dirão: “Quem dera o Natal durasse o ano todo”, louvando a caridade e os corações gigantes, tão presentes nessa época. Outros dirão: “E as eleições, hem!?” e provocarão os infindáveis debates sobre a política em plena ceia natalina. E ainda terá alguns que nem dirão. Fingirão que as eleições de dois meses atrás não dividiram o país e engavetará mais essa pauta assim como muitos processos judiciais contra alguns poderosos.
Infelizmente, faço parte do segundo time. O dos que acham necessário, não provocar, mas debater a nossa sociedade diariamente, 24/7, todo o tempo. Debater sobre nosso passado e presente e sobre qual futuro queremos para si e para o coletivo. E digo isso, não pelo desejo de intriga ou pela vontade de ver o mar pegar fogo para comer peixe assado, digo isso, por acreditar que só debatendo, discutindo, repensando, estudando é que podemos criar uma sociedade mais justa e igualitária.
O fato é que nossas responsabilidades democráticas não se encerram após a entrega do voto. E muito menos é congelada pelas festividades do fim do ano. Até mesmo os 42 milhões que optaram por não optar por um candidato na última eleição, não podem se isentar das obrigações democráticas de opinar, fiscalizar, proteger o patrimônio público e zelar pela constituição, olhando além do benefício próprio.
O Natal, seja o do bom velhinho, do menino na manjedoura ou das grandes corporações, é uma data que não deveria servir como cortina para nossa realidade. Mas quem sabe, possamos aproveitar esse espírito de unidade, e realmente refletir sobre nossas decisões para com o próximo e com o mundo.
